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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O término

 O término

 

 

-          Me recuso a dar o braço a torcer. Me recuso a sentir o que eu não quero. Recuso o sentimento que se sobressai à razão.

Não sei porque o ser humano é assim. Cada um deveria vir com uma etiqueta escrito

De: _______     Para:______

Me recuso a relembrar, me recuso a não esquecer.

Renuncio ao cargo de amar

Renuncio ao erro

Renuncio ao sentimentalismo e ao romantismo!!

Ahhhhhhh!

 

Foi o desabafo e a proclamação da liberdade de Beatriz, que degustara cada palavra dita. Respirou fundo e sentou-se no chão, ofegante, mas  quase calma. Estava linda, realizada, havia posto para fora anos de silêncio.

Paulo estava atônito, não sabia o que dizer. Sentou-se no sofá em silêncio por um instante, e disse:

-          É isso mesmo querida? Depois de tantos anos.

-          É Paulo. É isso mesmo, meu querido.

-          Mas o que houve? O que eu fiz?

-          Você não fez nada. Eu que fiz. Errei com nosso amor.

-          O QUE VOCÊ FEZ BEATRIZ?

-          Te amei demais.

-          Ufa!

-          Te amei mais que meu amor próprio. Cansei de te amar muito, meu coração chegou a gastar de tanto amor.

-          Beatriz!!

-          Não adianta Paulo. Terei que te esquecer, terei que descer das nuvens e pisar na vida real, sair do sonho. Nosso excesso de cumplicidade me sufocou, nosso excesso de alegria me isolou. Não pense mal de mim, você morará eternamente em meu coração, mas terei que seguir adiante sem você.

-          Oh querida, e o que faço sem você?

-          Viva sua vida, seja feliz e conquiste novos amores, uma outra namorada.

 

Beatriz deixou-o na sala e foi para sua casa.

Betão a esperava na saída.

-          E aí, Bê? Conseguiu dessa vez?

-          Consegui. Explodi, falei tudo. Aliás, falei a cena todinha de um filme que vimos ontem. Coitado, deixei-o lá sozinho, estarrecido.

-          Coitado nada. É a quinta vez que você tenta terminar e eu fico aqui, só te esperando.

Beatriz deu-lhe um beijo e seguiram pelo caminho de mãos dadas.

 

 

 

 

Paulo:

-          Nem acredito! Nem precisei falar nada. Nunca pensei que seria tão fácil terminar. Só falei que precisávamos ter uma conversa inadiável e ela começou tudo aquilo. Estou pasmo. Tenho que falar com a Lurdinha.

 

-          Alô.

-          Lurdinha, é o Paulo 

-          Oi 

-          Quer sair comigo? Agora estou solteiro. 

-          Onde? 

-          Cachorro quente do seu Juca. 

-          Que horas? 

-          Daqui uma hora. 

-          Marcado. 

-          Nem acredito! Você aceitou meu convite desta vez! 

-          Você está solteiro. 

-          É. 

-          Tchau, nos vemos lá. 

-          Tchau.

 

Paulo desligou o telefone com uma sensação de que já ouvira todo aquele discurso de Beatriz em algum lugar. Sorriu e foi se arrumar para o encontro.

 

 

cronista: Késia Câmara

12 comentários:

Anônimo disse...

oxxiii

no começo da leitura criei a maior cena na minha cabeça...ja tava até descendo o pau na Beatriz ( risos)

Mas no final das contas tudo era uma encenação dos dois, ninguem amava ninguem...ms como niguem queria dar o braço a torcer né...kkk

Grande rapaz...usou a situação a seu favor e dando uma de coitado no final.


kkk

Késia...essa sopinha especial que deve ta tomando ta te dando poderes especiais para escrever né rsrs... kkkk
Mal posso esperar os "textos especiais" que só vão aparecer no livro :p ..se ta mehor q a encomenda


Por isso q sou seu FÂN number 1

/O/
Bjão querida ;*****

Unknown disse...

Maria.... Vc já pensou em escrever alguma coisa em forma de teatro??? Viajei nessa historinha, com os personagens e as falas!!!! E o final, mto criativo!!!! Bju....

PS: P o cara q postou acima... O posto de fã número 1 já é meu!!!!rsrsrsrs

Unknown disse...

putz..essa foi na veia em moça! Uma das melhores até agora! Retrata direitinho o que a gente vê por ai..he he

bjão

Anônimo disse...

Oi Oi
Você conseguiu me pegar novamente com essas histórias....
Começa triste.... eu acredito.... e no final muda tudo kkkkkkk

Parabéns nina, essa foi show

Bjaum Bjaum

Anônimo disse...

Indo no embalo e usando partes de posts anteriores...

História melodramática no início (estilo novela mexicana ao contrário), e estava com certa pena do cara, rsrs... Mas que no final, cada um foi para seu lado com o(a) outro(a)... Ninguém amava ninguém mesmo, e infelizmente é a coisa mais comum de se ver.

Muito boa esta crônica, Késia, e estas últimas têm sido muito proveitosas, pois relatam fatos cada vez mais corriqueiros do nosso dia-a-dia.

Abraços do não-número 1, mas assíduo, leitor, rsrsrs...

hero disse...

muita linda a crônica dessa semana.
Ah!! parabéns pelos selos, vc merece.
bjs.

Késia Chiarelli disse...

Que bom que vocês gostaram
:)

abraço

Anônimo disse...

Não tem como não gostar fia rsrsrs
Tô esperando seu livro
bjaum

A. Lopes disse...

Que texto legal.
As vezes ficamos por adiar situações que já não dá mais pra adiar....
Os dois poderiam ter sido felizes a muito mais tempo.
Ah ps: o pessoal ai pode maar-se pelo posto de fã número pq eu to virando o fã número 0 que afinal inicia no 0 msm....

Daniela Figueiredo disse...

Késia:
Adorei tuas crônicas e o teu blog que tem "cadim" de tudo, como tu mesma disseste. Sabe que já me comportei como a personagem que Beatriz criou para terminar com o namorado? "nosso excesso de alegria me isolou". Aprendi a não me isolar mais por ninguém!
Beijos pra ti.

Anônimo disse...

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Unknown disse...

Mto bom!!!!!!!!!! Descobri seu blog sem querer e por um momento que estou passando...gostei do título, me surpreendi!!!!!! Mto bom!!!!! parabéns!